Fala Werneck

@fala.werneck_olhosresenha

 

Faro Editorial

319 páginas

 

Alguém é inocente?

 

A adolescência pode ser uma época difícil, mas para a personagem principal do livro, Alex, representou a época na qual aconteceu o fato mais terrível de sua vida: o assassinato dos seus pais e do seu irmão. Além de algo aterrorizante assim ter acontecido e ela ter conseguido se esconder por pouco, a jovem foi acusada de ter cometido os crimes, recebendo um apelido terrível e sendo condenada previamente pela sociedade e por todos que se julgavam no direito de dizer o que tinha acontecido ou não. 

 

Mas, de certa forma, uma nova família surgiu ao seu redor e a acolheu, permitindo que ela conseguisse aprender a lidar com essa vida que se apresentava e descobrisse que era capaz de sobreviver, que merecia viver e a jovem encontrou um caminho ao escolher investigar o que aconteceu com a sua família. 

 

Ainda que anos tenham se passado e ela não tenha conseguido avançar muito em sua investigação pessoal, Alex se tornou uma mulher implacável em seu trabalho investigativo, sendo uma profissional importante para uma grande firma de advocacia. Buscando sempre justiça e querendo evitar que inocentes fossem condenados erroneamente, ela fazia o seu trabalho e nunca esquecia o seu passado.

 

Os livros do Charlie Donlea são repletos de histórias intrigantes e com reviravoltas que impressionam o leitor. Além disso, despertam reflexões e abordam assuntos importantes e graves da nossa sociedade.

 

“Olhos vazios” vai falar sobre a ânsia cruel e bizarra da sociedade por crimes reais e seus desdobramentos, pessoas buscam esse tipo de conteúdo para consumir como algo agradável e revigorante, desligando completamente a questão emocional e psicológica envolvendo a situação em si e as pessoas envolvidas. Crimes assim representam a falta de qualquer senso de humanidade, revelando o pior lado do ser humano. E quando são crimes que envolvem sobreviventes, a situação se agrava, porque muitas pessoas esquecem que o sobrevivente também é uma vítima da situação, que ele também sofre e precisa tentar viver com a “culpa” por ter a oportunidade de continuar existindo enquanto outros foram ceifados deste mundo.

 

Alex nunca desiste de descobrir o que realmente aconteceu e, mesmo que as revelações sobre o passado possam ser ainda mais assombrosas do que ela imaginaria, a verdade é a única saída.

 

Além desses pontos, o livro fala sobre outras questões aterrorizantes, como estupro, tráfico sexual, que ameaçam a vida de quem acaba tendo seu caminho interrompido por pessoas que nem deveriam ser chamadas de humanas.

 

Thrillers bons são leituras que nos envolvem, com personagens cativantes, que vão revelando suas camadas de personalidade aos poucos e mostrando investigações tão bem conectadas que as pequenas pistas são reveladas aos poucos e nos levam a querer entender o que está acontecendo e as motivações de cada um. 

 

Mais uma leitura impressionante, em certos momentos chocantes e com um ritmo alucinado. 

 

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