Fala Werneck

@fala.werneck_elesresenha

 

Luva Editora

188 páginas

 

Aquilo que não vemos

 

Histórias de terror podem ser de várias formas, construídas para assustar, causar pesadelos, retratar a crueldade, mas também gerar reflexões sobre a essência humana, como ela se transforma e ao que ela pode se conectar.

 

“Eles” narra algo terrível que aconteceu na pequena cidade de Santa Clara da Paciência quando, misteriosamente, as pessoas começaram a sumir e coisas estranhas aconteciam perto de reflexos de luz.

 

Adalberto é um homem simpático, dono de uma doceria da cidade, que se sente quase como um idoso perto da animação das crianças e descobre que o dia do seu aniversário, planejado com tanta alegria, seria bem diferente do que ele imaginava.

 

Seres misteriosos começam a aparecer e é preciso não olhar para vê-los.

 

Clara, a única adolescente que ele consegue ajudar e que tenta proteger, se revela uma menina bem atenta, ágil e que acaba tirando ele de várias enrascadas.

 

A história segue com momentos angustiantes para os dois, que tentam descobrir o que está acontecendo com a cidade enquanto fogem dos seres estranhos, que provocam sentimentos assombrosos em quem olha e é visto por eles ao mesmo tempo; despertando algo como um buraco negro energético, pronto para sugar e consumir completamente o que estiver ao seu alcance.

 

Ainda que seja um livro de terror, é algo “leve” e tem até um tom de aventura com momentos engraçados, como a cena com o gato e o vaso de plantas.

 

O leitor poderá criar várias teorias sobre quem são os “eles” da narrativa e provavelmente se surpreenderá com a revelação de quem realmente são e o motivo de estarem ali.

 

Por isso, fica a pergunta: você tem coragem de enfrentar “eles” para descobrir o que são e o que querem?

E lembre-se de uma coisa: “é preciso não olhar para ver”.

 

A obra é uma ótima escolha literária para quem quer conhecer uma história de terror, mas tem medo de histórias do gênero.

 

À medida que acompanhamos a jornada do seu Beto e da Clara, percebemos como as pessoas são compostas por sentimentos bons e ruins, escolhas simples e outras impossíveis; mesmo assim, é preciso lidar e viver com essa dualidade intrínseca aos seres humanos.

 

Clara enfrenta situações que cruelmente a fazem amadurecer e o Beto descobre que pode estar mais perdido do que imaginava…

 

O livro foi escrito para jovens, mas adultos podem aproveitar ainda mais camadas da narrativa pelo simbolismo que ela apresenta, como a questão de vibração energética e o intrigante enigma envolvendo linhas temporais.

 

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