Editora Scortecci
86 páginas
A construção da arte
Resenhar um livro de poesia é sempre especial, porque é como se cada leitor conhecesse uma obra diferente. Pelas suas vivências anteriores, o seu olhar para o mundo e a sua interpretação dos poemas.
E quando o livro contém poemas repletos de metáforas e referências, como “O limiar do surto”, a multiplicidade é ainda maior.
A obra é dividida em seis partes, que nos envolvem e fazem refletir sobre diferentes questões da vida.
O início fala muito sobre a entrega necessária para que a evolução aconteça, a transformação de uma vida cercada por questionamentos, ações e sonhos também.
É preciso permitir que a sua voz interior chegue ao mundo e mostre do que é capaz.
Sempre acreditando que há esperança, que a vida pode nos oferecer mais.
A segunda parte nos lembra das dificuldades, das dores diante dos desafios que parecem impiedosos.
Depois, vem o amor. A luz pela qual vale a pena lutar.
A essência da alma, que deve ser cultivada a cada dia para que consiga florescer.
As três últimas partes mostram o ciclo de emoções intensas que permeiam certas fases da existência humana: dor, raiva, indignação…
E depois da tormenta, da jornada solitária que cada um precisa fazer, reencontra-se a calmaria, a beleza da vida, uma nova oportunidade de ser melhor.
Um livro curto, com poemas que merecem ser lidos e refletidos com calma, para que a sua mensagem possa ser absorvida como proposta pelo poeta.
Os poemas nos mostram que, para evoluir, precisamos chegar aos nossos limites, enfrentar nossos monstros e perceber que somos fortes.
Podemos muito, mas precisamos ousar acreditar nisso.