Editora: Morro Branco.
Páginas: 424.
A adaptação é assustadora
Histórias com viagem no tempo são fascinantes.
Só que é muito angustiante ler uma como Kindred, na qual acompanhamos Dana, uma mulher negra que acaba sendo transportada para o século XIX, uma época extremamente cruel e perigosa para alguém como ela.
Dana não entende porque está passando por isso e teme pela própria vida.
Imaginar uma época tão tenebrosa e realmente estar imersa nela são situações completamente diferentes.
A medida que as viagens continuam e ela vai entendendo a sua “missão”, tenta agir da melhor forma que consegue para não atrair atenção indesejada e conseguir voltar para casa o mais rápido possível.
Vivendo no século XIX e presenciando as barbáries da escravidão, Dana vai acompanhando também o crescimento de uma criança que se torna tão indiferente quanto o pai.
A história nos revolta por lermos sobre tanta injustiça, quer era “normal” na época.
E é assustador constatar que o ser humano se adapta e aceita, mesmo as situações mais inimagináveis, porque as pessoas, infelizmente, se acostumam.
Por não encontrarem saída para a situação, por medo de retaliação, por temer pela própria família…
Por mais triste que seja, o ser humano aceita os maus tratos, as injustiças, a tortura.
A leitura também mostra como o meio, a sociedade, perpetua os comportamentos condicionados através das crianças; como a brincadeira das crianças escravas e as ações do Rufus, filho do fazendeiro dono de escravos.
Mudar a forma como as pessoas encaram a sociedade é difícil, às vezes impossível; por isso, em alguns casos o melhor que se pode fazer é tentar lidar com isso e encontrar momentos de paz.
A vida pode ser muito complicada e os desafios enormes, mas precisamos acreditar que é possível fazer algo, mudar, mesmo que de forma pequena, essa existência compartilhada.
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