Fala Werneck

joanaemauricio

 

Edição Independente.

Páginas: 140.

 

Amores confusos

 

Existem amores divertidos, intrigantes, intensos, românticos, sóbrios e elegantes.

Mas alguns são confusos.

O de Joana e Maurício é assim, um sentimento que brota da palavra escrita, cativa os dois, e acaba envolvendo outros.

 

O livro vai nos dando pistas, nas entrelinhas das cartas, do que eles estão vivendo… E então, vamos descobrindo os sentimentos que possuem; a solidão do Maurício, a vida comprometida da Joana, e também o momento em que o sentimento extravasa das páginas para o toque real.

 

As cartas são enigmáticas, porque eles falam tanto, e também ocultam muito, deixando para o destinatário (e também o leitor) desvendar o que realmente querem expressar, o que verdadeiramente lhes sufoca a alma.

O silêncio realmente grita, e quando uma resposta demora, os personagens começam a se angustiar esperando a carta e imaginando o porquê do atraso.

Muitas vezes eles comentam sobre o confessionário que as cartas representam… E, verdadeiramente, escrever permite uma expressão maior, porque o que se quer dizer, ou se precisa dizer, pode ser quase impossível “cara a cara”.

 

As palavras escritas possuem um caráter próprio de liberdade, que algumas pessoas não valorizam o suficiente.

Falar o que sente, contar em detalhes o que está passando… Pode ser muito difícil. Por isso, Joana e Maurício encontraram um refúgio um no outro; nos momentos caóticos e dolorosos, eles ainda tinham com quem conversar e se abrir.

É importante ter pessoas assim na vida, alguém com quem você pode mostrar quem é e como é.

 

Uma leitura diferente e enigmática, que mostra os vínculos que o ser humano cria e como é difícil “classificar” ou “separar” o envolvimento das pessoas, dizer que é só amizade ou outro tipo de amor. Nenhum sentimento é tão simples assim, porque o ser humano é um emaranhado de emoções.

 

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