Comecei a leitura desta obra que reúne poemas que Fernando Pessoa escreveu em seu próprio nome até 1930.
Logo no início, já é possível identificar a diferença em relação aos poemas dos heterônimos, e assim encontramos a presença de um tom muito mais melancólico.
Estamos diante de um poeta que se sente incompreendido e solitário.
É a primeira vez que estou tendo contato com essa parte das obras dele e me surpreendi pela tristeza e até decepção que é possível perceber emanar de vários poemas.
Fazemos a leitura de um lado descrente de muitas coisas do mundo que nos cerca, como podemos perceber no trecho:
“E a vida vive-se como que ter que tomar um remédio.”
Em outros poemas, Pessoa mostra alguém que se sente solitário por não ter uma pessoa que o compreenda verdadeiramente.
Somos feitos de mistérios e nuances, que podem até nos sobrecarregar.
Às vezes, só precisamos de um amigo que nos conheça e compartilhe das confusões da vida.
Em certos momentos, a solidão é necessária para verdadeiramente ouvir o que clama o nosso coração.
A vida pode ser realmente sombria e sofrida, porque há dores que permanecem por mais tempo e problemas que parecem se empilhar.
Mas a eternidade está contida em cada momento vivido, que pode ser mais do que poderíamos imaginar.
Fiquei intrigada com algumas das referências usadas pelo autor e quero saber se o tom mudará em alguma dessas divisões do livro.
Vou começar a parte denominada “Episódios” e quero ver se agora ficará mais evidente o lado reflexivo voltado para a melancolia ou o sobrenatural.
Vocês conhecem essa parte das obras de Fernando Pessoa?
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