Fala Werneck

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Boa tarde, Marcia!

 

É um prazer conversar com você e saber um pouco mais sobre as suas histórias e a sua vida como leitora!

 

“A garota do aeroporto” é uma leitura sensível, envolvente e até surpreendente. Qual foi a sua maior inspiração para a história?

Acho que todos os filmes e livros românticos me levaram a criar a Jude e a sua história. Amo essa ideia de amor à primeira vista e mocinha que vai atrás do que quer, que acredita em sonhos e, principalmente, que acredita no amor.

Realmente, histórias de amor nos inspiram e alegram. 

 

A amizade da Jude e da Nora é muito bonita, você se inspirou em alguma amiga sua?

Sou muito grata por ter amigas e amigos que me acompanham há bastante tempo. Acho que tem um pouco de cada uma dessas pessoas na Nora, e, assim como a Jude, também divido apartamento com uma amiga de infância. Em muitos livros, infelizmente, a protagonista não tem uma rede de apoio forte, se sente sozinha boa parte da história. Não quis fazer isso com a Jude, ela já sofre o suficiente com outras coisas.

 

Sim, a Jude realmente passa por muita coisa… A mãe dela tem um transtorno que surgiu depois de um evento intenso na vida da família. Você conhece alguém que tem o mesmo problema? Por que decidiu criar uma personagem com essas questões?

Mesmo com campanhas de valorização à vida e Setembro Amarelo, pessoas com transtornos, traumas e outras marcas psicológicas, ainda sofrem com um estigma muito forte na nossa sociedade. Conheço pessoas com transtorno de ansiedade, depressão e síndrome do pânico, em vários níveis, mais pronunciados ou mais leves. Queria contar a história da mãe da Jude, principalmente, para mostrar que essas pessoas não são egoístas, não estão “paradas” de propósito e nem que não se importam com mais nada. E quis trazer, também, como é difícil a realidade dos amigos e familiares que rodeiam a pessoa que está sofrendo. Todos sofrem de alguma maneira e, por isso, precisam trabalhar juntos para melhorar. Minha maior preocupação era em ser sensível o suficiente para contar sem causar problemas ou retratar da maneira errada; os avisos de gatilho são elementos no livro dos quais me orgulho muito.

Foi realmente importante o aviso que você colocou, e acredito que teve sensibilidade suficiente para abordar um tema delicado, que mostra a realidade de tantas pessoas que sofrem com problemas assim, ou convivem com pessoas que sofrem. Precisamos aprender a ter mais empatia, respeito e consideração com as questões da vida de cada um.

 

A Jude planeja por muito tempo ir para fora do país e passar algum tempo conhecendo outras culturas. Você já viajou para fora? Se sim, para onde?

Infelizmente nunca viajei para nada muito longe, apenas Uruguai. Acredito que tenha colocado na Jude um pouco dos meus sonhos adolescentes e os realizado através dela.

Quem nunca quis viajar bastante e passar algum tempo em outro país, não é mesmo?  🙂 

 

Você acredita em amor à primeira vista?

Acredito que exista essa ligação instantânea entre duas pessoas (romântica ou não). Assim como a Jude, também gosto de sorrisos e longas conversas sobre assuntos banais, intercalados com assuntos sérios. Mas acho que preciso conhecer a pessoa mais a fundo para me apaixonar, pois preciso sentir que a ligação está sendo criada e não que já veio “pronta”.

 

O que você acha mais importante para um bom relacionamento?

Acho que o principal é a parceria; é poder saber que a outra pessoa estará lá por ti e que tu também vais estar lá para ela. Em A Garota do Aeroporto, todos vêm com muita bagagem e nem sempre os personagens respeitam essa bagagem uns dos outros, acabando por causar uma corrida de quem sente mais, quem sente do jeito certo e assim por diante… Mas, parando para pensar, a gente faz muito isso “na vida real” também. Então acho que é aí que está essa parceria que precisa existir, esse respeitar o que a outra pessoa traz e oferece.

Sim, verdadeiramente precisamos aprender a respeitar o que o outro sente e tentar entender as diferenças e particularidades de cada um. A parceria e o equilíbrio são fundamentais…

 

Logo no início do livro, você cita o filme “Antes do Amanhecer”. Qual filme você indicaria para alguém que já assistiu esse e as sequências?

Eu simplesmente sou apaixonada por essa premissa de duas pessoas que são obrigadas a conviver por algum tempo e acabam se apaixonando, ou apenas de casais que andam por aí conversando, então recomendo: Two Night Stand, Leap Year, Before We Go, One Day, Once, The Disappearance of Eleanor Rigby.

Adoro histórias assim também! E já vou colocar na minha lista esses filmes! 

 

O livro nos mostra a força do amor e a importância da família. Adorei a leitura! E sei que você escreveu outros livros, poderia comentar sobre eles?

Meus outros livros são complementarmente diferentes de “A garota do aeroporto”, ainda que muita coisa esteja lá também, principalmente a importância dos laços e as relações que as pessoas têm. Mas são sobre vampiros e bem sangrentos. Chamas de Sangue e Cidade em Chamas trazem a história de um clã de vampiros chamado Burns e de uma vampira recém-transformada que se vê jogada entre lutas centenárias de poder, segredos e terror e como ela precisa agora lidar com um mundo totalmente novo em que não se pode confiar em ninguém.

Bem diferente e bem interessante! Quero conhecer futuramente. 

 

Agora, vamos comentar alguns gostos mais pessoais. Qual seu gênero literário preferido? E qual é o que menos gosta?

Eu sou uma leitora de fases. Têm épocas que só leio fantasia ou thriller psicológico. Aí, logo estou lendo vários romances cheio de amor e cenas divertidas ou até hot. Eu realmente leio tudo, mas tenho uma paixão muito forte por tudo que me faz chorar. Então se tem história triste (e pode ser em fantasia, em terror ou o que seja), eu estou lá lendo.

Também gosto de ler de (quase) tudo. E, como você, tenho um apreço pelas histórias dramáticas, acho que elas nos ensinam muito…

 

Qual é o(a) seu(sua) autor(a) favorito(a)?

Minha escritora favorita da vida é a Clarice Lispector, mas eu gostaria de ser capaz de escrever com a leveza estranha do Neil Gaiman, com a maestria do Ian McEwan ou ser tão divertida quanto à Julia Quinn (eu falei que leio de tudo!).

Ah! São tantos livros bons e autores incríveis, né? 🙂 Não conseguimos escolher apenas um…

 

Qual é o seu maior hábito de escrita?

Eu gosto de planejar toda a história antes de sentar e realmente escrever. Faço linhas do tempo, separo por capítulos, faço um cronograma de escrita e essas coisas. Talvez eu perca tanto tempo planejando que não me sobra tempo pra escrever e só procrastino, HAHAHA.

Quem na vida não procrastinou em algo? Hehehe. 

 

Você já está planejando o próximo livro? Pode nos contar um pouco sobre o projeto?

Escrever “A garota do aeroporto” foi tão divertido e leve que eu gostaria de seguir por esse caminho por um tempo. No momento, estou planejando uma história em que a personagem principal se apaixona por alguém que ela viu apenas por fitas de vídeo encontradas em uma caixa quando ela se muda para um apartamento novo. É só o que eu tenho por enquanto… Mas estou bem animada!

Já conseguiu me deixar curiosa! 

 

Atualmente, qual é o seu sonho?

Quero continuar escrevendo e, principalmente, me divertindo fazendo isso, porque sei que isso reflete na escrita e acaba por divertir outras pessoas também.

Que você consiga continuar escrevendo bastante e nos trazendo outras histórias envolventes e sensíveis!

 

E para finalizar, indique um livro. 🙂

No momento, estou lendo um livro que encontrei por acaso na Amazon, que é “Goma de Mascar” da Helena Luz. Um romance divertido, bem brasileiro e que tem me deixado com o coração quentinho.

Não conheço, mas vou procurar.

 

Muito obrigada pela conversa e por compartilhar com a gente todas essas indicações e pensamentos!

Que muitos livros especiais continuem presentes nas nossas vidas!

 

Comentários (4)

  1. Marcia disse:

    Amei a entrevista! Obrigada pela oportunidade e parabéns pelo blog lindo! <3

  2. Cláudia Dias disse:

    Parabéns pela entrevista. Gostei de conhecer um pouco mais sobre a Márcia.