Fala Werneck

umatodeliberdade

 

Editora: Record.

Páginas: 402.

 

Extremos

 

Livros que falam sobre a Segunda Guerra Mundial são dolorosos, principalmente os de não ficção, como este aqui.

A obra não tem a mesma fluidez narrativa das que o Erik Larson escreve, mas é um relato importante e também envolvente.

 

O livro falará sobre um grupo de guerrilheiros judeus, na Bielo-Rússia, que decidiu lutar pela própria sobrevivência e também tentar resgatar o maior número possível de judeus.

Todos que conhecem a História Mundial sabem dos horrores que os judeus passaram na Segunda Guerra Mundial: perseguições, extermínios, campos de concentração, câmaras de gás.

No entanto, o foco do relato evidenciará outras barbáries: a formação e vida nos guetos e os aktions (ataques dos alemães nos guetos, que resultavam em assassinatos em massa e transferências para os campos de concentração).

 

É muito difícil verdadeiramente entender o que essas pessoas passaram, mas conseguimos imaginar o nível da dor, da angústia e do medo.

Estar cercado por inimigos que querem te destruir e acabar com a sua família, é uma situação capaz de desestruturar qualquer um.

Só que existem pessoas que diante de situações dolorosas decidem lutar e tentar combater o caos. Os irmãos Bielski fizeram isso, eles perderam os pais e um irmão (que foram assassinados), mas decidiram que não iam se submeter aos alemães.

Lutaram com todas as forças, inicialmente tentando salvar e proteger apenas familiares e amigos, contudo, depois aceitavam no grupo qualquer judeu que estivesse precisando de ajuda.

 

Foi um grupo que enfrentou muitas dificuldades, porque além de fugirem dos alemães, precisavam sobreviver na floresta, arrumar comida, cuidar dos doentes, enfrentar doenças que surgiam, e ainda lidar com os conflitos internos; porque em um grupo tão heterogêneo, as divergências eram uma constante.

 

Uma leitura importante porque permite que o leitor entenda um pouco do que era ser removido de sua casa e levado para um gueto, onde a miséria sobrepujava quase tudo, e o medo de ser fuzilado era contínuo. Ninguém estava a salvo. O medo corroía a esperança no coração da maioria. No entanto, os guerrilheiros representavam esperança; era uma luta injusta, ainda que forte; e especialmente o grupo dos Bielski, que foi a salvação de muitos.

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