Fala Werneck

odemonionacidadebranca

 

Editora: Intrínseca.

Páginas: 448.

 

Luz e trevas

 

“O demônio na Cidade Branca” é um livro de não ficção, com uma escrita narrativa tão bem elaborada, que a obra “parece de ficção”.

O livro discorrerá sobre a Feira Mundial que aconteceu em Chicago em 1893, mostrando detalhes do planejamento e da construção, e das pessoas envolvidas e relevantes na época (ou depois).

Além disso, falará sobre o H. H. Holmes, um serial killer urbano brutal e tenebroso.

 

A cidade de Chicago era sombria, a pobreza era grande e a sujeira estava por toda parte, como também a violência.

A Feira representou um marco porque foi um evento que comoveu e transformou a época. Um evento de grande porte que mostrou toda a beleza, a elegância e a classe que uma construção planejada para expressar refinamento e harmonia poderia criar.

A criatividade e a dedicação reinaram nos anos que precederam o evento e durante ele também.

 

É louvável a capacidade humana de criar algo memorável; como também de conseguir tirar do papel ideias ousadas e realizá-las com sucesso na primeira vez, como a roda-gigante.

Considerando a época e todas as suas dificuldades, além da grave crise econômica que estava devastando o país, a Cidade Branca representou um refúgio de esperança.

Porém, a barbárie também marcou a época e o Holmes era alguém com um nível de crueldade assustador. Um psicopata que conseguia envolver completamente suas vítimas e eliminar a maior parte dos vestígios de seus crimes.

 

Luz e trevas duelavam na Chicago da época, dando e tomando a todo momento.

Mas a vida é um ciclo e as muitas vidas se conectam e desconectam, mostrando como os momentos podem marcar eras e transformar gerações.

Nada é perpétuo ou permanente, ainda que o sentimento de esperança e a vontade de lutar por uma vida melhor estejam presentes em cada ser humano.

 

A magia pode ser construída, e para os que viveram naquela feira, a magia estava ali.

Uma leitura singular.

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