Fala Werneck

nada

 

Vazio das ilusões

 

O sofrimento humano pode ser muito amplo e envolver diferentes situações.

As guerras criam muita destruição, muita angústia e podem continuar afetando as pessoas mesmo depois de anos que ela acabou.

 

A história do livro acompanha a vida de uma jovem que vê seus sonhos e suas ilusões serem destruídos  pela crua realidade da vida em meio à pobreza, de roupas e de comida.

Ainda que a jovem esteja cursando o ensino superior, ela é imatura e demora para aprender a lidar com as diferentes pessoas da sua família que vivem na casa onde ela mora agora.

 

Cada pessoa parece ter uma peculiaridade, algo estranho; mas a medida que a narrativa segue seu curso, percebemos como as camadas dos personagens são construídas em meio ao caos, à irritabilidade e à inconstância.

Não é simples compreender ou aceitar qualquer um deles; o convívio é sofrido e angustiante.

 

Nos momentos em que a Andrea tem dinheiro, ela gasta de maneira supérflua e inconsequente. Sofrendo por muitos dias depois. No entanto, quando chega o próximo mês, ela repete esse comportamento destrutivo. Talvez para compensar os dias sofridos, talvez para esquecer a dura realidade cotidiana.

 

Impulsos, fome, vergonha e tristeza. Quanta coisa o ser humano pode sentir e vivenciar em um local debilitado pela guerra civil e que tenta se reerguer, ainda que exista medo e apreensão.

 

‘Nada’ mostra como a vida pode ser penosa. Mas, ainda assim, existe espaço para a gentileza em pequenos gestos e para a luta por dias melhores.

 

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