Fala Werneck

doadoresdesono

 

“Porque existem dádivas com as quais podemos presentear uns aos outros livremente, por reflexo, sem a aflição da perda; e há dádivas das quais relutamos em abrir mão, que imploramos para receber.”

 

“Genevieve balança a cabeça com aquela atitude estranhamente complacente que os doentes, às vezes, assumem para com os saudáveis, como se ela estivesse nos perdoando, por antecipação, por algo que somos jovens demais para entender.”

 

“Estou estranhamente em paz com o bar esturricado, com a evaporação do mar da razão, com as sugestões de pensamento, com a desconexão de tudo isso.”

 

“Acho que o grande talento do nosso país é gerar desejos que jamais ocorreriam de forma espontânea num corpo como o meu, tornando-os tão dolorosamente reais que o dinheiro se transforma em ficção, um meio imaginário para algum fim concreto.”

 

“Tudo isso se desenrola com uma opressiva inevitabilidade, com uma lógica que simula os estranhos desenrolares harmônicos dos sonhos, e, pela primeira vez em muito tempo, eu me sinto completamente relaxada.”

 

“Então peço que o que quer que esteja fluindo entre nós permaneça sem nome, sem forma, sem ser transformado em uma história ou ‘vivido’ num tempo verbal passado e, dessa forma, concluído; não quero verbalizá-lo, não quero nem mesmo tentar compreendê-lo e, assim, começar a confundi-lo com alguma outra coisa e com alguma outra coisa depois disso, tornando pálidas as sombras do sentimento original, algo incrivelmente delicado que não sobreviveria à passagem para a linguagem falada.”

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