Fala Werneck

Como foi a minha Maratona Literária de Inverno #MLI2016

 

Lamentavelmente, durante o mês da maratona li menos livros do que nos outros meses do ano até o momento. Mas foi uma boa experiência.

A primeira semana foi a única em que consegui cumprir a meta que estabeleci. Li os dois livros da semana: Tony e Susan e Uma Semana no Inverno.

Tony e Susan foi um thriller que mexeu comigo como um livro não fazia há meses. A narrativa é intensa e a premissa é diferente, pois trata-se de um livro dentro de outro e o livro que a personagem principal lê é sofrido, intenso, e terrivelmente realista; podemos acompanhar uma noite tranquila de uma família se transformar em um pesadelo. O estilo de escrita do autor é envolvente, e te leva a sofrer junto com Tony, como também a ficar tão apreensiva quanto Susan. É uma leitura que vai te deixar com medo, depois com dúvida e então a raiva virá. Sendo a sensação de imponência a mais impactante. Vale a pena conhecer e se deixar levar pelo relato ficcional de uma experiência que vai modificar a vida dos que estão envolvidos até o fim.

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Uma Semana no Inverno é um romance que mostra a típica rotina inglesa, com seus chás e suas viagens, cuja narrativa envolve uma casa no campo chamada Moorgarte e os problemas das famílias que vão se “esbarrar” e se conectar graças a essa casa, que afasta muitos e aproxima outros. Ainda que o romance que surge tendo como plano de fundo a casa não é muito convincente, trata-se de um livro que mostra como algumas mágoas que existem entre as pessoas são injustificadas e outras são construídas de forma lenta com o passar do tempo; mas independente dos problemas e das ofensas pronunciadas, nunca é tarde para tentar mudar, aceitar as limitações e os defeitos das pessoas, e conseguir seguir em frente mesmo assim.

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Na segunda semana não li nada da TBR da maratona, fique envolvida com a leitura de Para todos os garotos que já amei, um livro juvenil, de leitura rápida e leve, mostrando os problemas causados pelas primeiras experiências amorosas; os amores não correspondidos, os amores confusos, os intensos; existem de vários tipos, mas o principal é o que permanece ‘não confessado’ que vai desvanecendo diante da construção de um novo (e um tanto diferente), aquele tipo de amor que é construído com a rotina, que chega de mansinho e quando se percebe, já  dominou o ambiente; aquele pelo qual a gente torce quando o livro está acabando…

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Já na terceira semana eu li Diários do Vampiro –  Caçadores v.1 – Espectro,  há muito tempo não lia nenhum dos livros de Diários do Vampiro, então levei alguns capítulos para lembrar da estória até aquele ponto, mas depois a leitura transcorreu de forma rápida (e sombria), mais uma vez Elena e seus amigos precisam combater o mal que está presente em sua cidade natal. Neste livro conhecemos um vilão que é muito bem construído e que manipula todos eles de forma eficiente; levando o leitor a conhecer de forma mais clara o lado ‘condenável’ de cada um dos personagens, mas mesmo assim você irá torcer por eles. E para mim, a leitura acabou sendo mais rápida e “marcante” porque ocorreu na semana em que a CW anunciou o final do seriado The Vampire Diaries.

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E para fechar de forma adequada, a última semana trouxe uma surpresa boa: Heresia. O livro narra a trajetória de um monge que foi excomungado e acusado de heresia por ler livros proibidos pela igreja. E a medida que a estória progride, é possível refletir sobre o imenso poder que a igreja sempre teve (e ainda tem), como também a sua enorme capacidade de manipulação; a narrativa se passa no século XVI, e acompanhamos a busca de um homem pelo conhecimento e pela ciência, e como essa busca lhe trouxe graves problemas. Percebemos como a igreja por muito tempo buscou ocultar informações e conhecimentos que poderiam transformar a sociedade, como também acompanhamos de “mãos atadas” as guerras santas, as sangrentas perseguições em nome de Deus, é assustador como as pessoas, muitas vezes, usavam essa justificativa como “desculpa” para atos de crueldade pura e simples. A narrativa mostra padres que deveriam ajudar as pessoas, prejudicando-as e manipulando-as sem remorso; como também vemos como o significado de heresia varia de acordo com o interesse das pessoas que estão julgando: uma igreja diz que os que não respeitam e seguem seus ensinamentos são hereges, tornando todos que seguem a outra igreja condenáveis por eles, e vice e versa. E em meio a essa disputa, estão as pessoas, muitas em busca de respostas, outras apenas de paz e liberdade para acreditar no que quiser, mesmo que seja não acreditar em nada.

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E assim transcorreu a minha #MLI2016. Li apenas 4 livros, dos 8 que pretendia; mas experimentei diferentes sensações com eles, e refleti sobre muitas coisas. Ler é sempre um aprendizado, é sempre uma nova oportunidade de conhecer algo, mesmo que seja apenas para desvendar um mistério ou torcer por um romance entre personagens específicos. Independentemente de qualquer coisa, toda leitura é válida.

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